Horários e Procedimentos
Turistas e visitantes estrangeiros
Todas as visitas são guiadas e sujeitas a marcação prévia. Não há visitas às sextas-feiras, sábados, domingos, dias festivos judaicos e feriados locais. Poderá ser pedida a identificação prévia.
Segundas e Quartas-feiras: 14:00
Terças e Quintas-feiras: 9:30 e às 11:00
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Escolas e instituições portuguesas
Horário: Sob consulta
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Visitantes oficiais e dignitários
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A participação nos serviços religiosos apenas é permitida aos nossos membros, correligionários e convidados devidamente autorizados. Agradecemos pela compreensão.
Horário de Verão
Sexta feira: Cabalat Shabat – 19:30
Sábado: Shaharit – 9:00
Horário de Inverno
Sexta Feira: Cabalat Shabat – 19:00 (HORÁRIO ACTUAL DE INVERNO)
Sábado: Shaharit – 9:00
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As inscrições para o jantar de 6ª feira encerram às 18 horas da 5ª feira que o antecede.
A Sinagoga de Lisboa, localizada no nº 59 da Rua Alexandre Herculano, foi o resultado de um esforço de muitos anos por parte da comunidade de judeus na cidade. Foi inaugurada a 18 de maio de 1904 (5 de Sivan de 5564, no calendário hebraico) sob o nome Shaaré Tikvá (“Portas da Esperança”).
Trata-se da primeira sinagoga construída de raiz em Portugal desde as conversões forçadas e extinção oficial do judaísmo português, em 1497. Com uma planta retangular e virada para Jerusalém, de acordo com o ritual judaico, é considerada como imóvel de interesse público desde 2002.
A construção da Sinagoga Shaaré Tikvá
Existiam em Lisboa, desde 1810, várias casas de orações, mas dificilmente reuniam as condições necessárias ao culto, uma vez que se situavam em modestos andares. Assim, apesar das dificuldades ocasionadas pela falta de reconhecimento oficial, a comunidade consegue comprar, em nome de particulares, um terreno para a construção de um edifício de raiz, próprio e condigno.
O projeto da Sinagoga foi da autoria de um dos maiores arquitetos da época, Miguel Ventura Terra. Situada no nº 59 da Rua Alexandre Herculano, teve de ser construída dentro de um quintal muralhado, dado que não era permitida a construção com fachada para a via pública de um templo que não fosse de religião católica, então religião oficial do Estado.
Lançada a Primeira Pedra em 1902, a Sinagoga Shaaré-Tikvá é finalmente inaugurada em 1904, culminando um esforço de mais de 50 anos dos judeus de Lisboa.
Primeiros passos para a construção da Sinagoga
Há registo de 3 pequenos centros de oração na cidade de Lisboa em 1810, que funcionavam em casas particulares, situados em pequenos andares lisboetas.
Em 1813, foi criada aquela que foi considerada como a primeira sinagoga pública pelo Rabino Abraham Dabella no Beco da Linheira (freguesia da Sé), com o nome Shaar Hashamaim (“Pórtico do Céu”), que era também a denominação da antiga comunidade sefardita de Londres. Contudo, esta não pôde ser considerada como Sinagoga oficial, uma vez que a comunidade ainda não havia sido formalmente reconhecida, e foi demolida aquando da expansão da Alfândega de Lisboa ali localizada, no início do século XX.
O século XIX foi marcado pela luta dos judeus portugueses no sentido da união da comunidade, apesar das rivalidades entre diferentes congregações. Em 1880, Abraham Anahory procurou apelar à união dos judeus em Lisboa e à constituição da “colónia israelita de Lisboa”. Este esforço alcançou os primeiros resultados em 1894, aquando da unificação dos serviços da Shehitá (abate ritual da carne), e obteve os seus efeitos mais visíveis em 1897, quando Simão Anahory conseguiu finalmente realizar a “Sessão Inaugural do Comité Israelita de Lisboa”, numa Assembleia-Geral presidida por Leão Amzalak, a 14 de março desse ano.
Nesta sessão foi eleito o primeiro Comité Israelita de Lisboa, que escolheu como presidente honorário Abraham Bensaúde e como presidente efetivo Simão Anahory. Foi também organizada uma comissão para a edificação de uma sinagoga única, com o propósito de servir toda a Comunidade.
Porém, este organismo encontrou várias dificuldades na concretização dos seus objetivos, em grande parte por não conseguir obter o reconhecimento oficial do então regime monárquico português.
Edificação da Sinagoga
Em 1901, foi escolhido um terreno para a edificação da Sinagoga de Lisboa Shaaré Tikvá (“Portas da Esperança”), que foi comprado em nome de particulares, dada a impossibilidade legal da comunidade o adquirir em seu nome.
De acordo com a lei vigente, a fachada do edifício não poderia estar junto da via pública, uma vez que apenas os templos da religião católica poderiam ser diretamente visíveis a partir da rua, por esta ser a religião oficial do Estado Português. Por esta razão, a Sinagoga teve que ser construída dentro de um quintal muralhado, com um alto portão para a rua, que se manteve até aos dias de hoje.
O projeto da sinagoga foi encomendado ao reconhecido arquiteto Miguel Ventura Terra, notório por ser um dos preferidos das elites da época. Nomeado, em 1896, Diretor dos Edifícios Públicos e Faróis, terá igualmente assinado o projeto da Capela Real do Palácio da Ajuda, encomendado pela Rainha Maria Pia, mulher do Rei D. Luís.
Ventura Terra, que estudou na École de Beaux-Arts de Paris, veio a ser responsável por vários equipamentos na cidade de Lisboa, como os Liceus Camões e Maria Amália Vaz de Carvalho, a Maternidade Alfredo da Costa, a reconversão do Convento de São Bento em Assembleia da República, entre muitos outros.
A construção do templo realizou-se sob a direção de Abílio Pereira de Campos, prestigiado construtor civil da época, e todo o projeto foi apoiado por Joaquim Bensaúde, historiador e presidente honorário da Comunidade Israelita de Lisboa.
A Primeira Pedra, ou Pedra Fundamental da Sinagoga, foi colocada a 25 de maio de 1902 (18 de Iyar de 5662, no calendário hebraico) por Abraham H. Levy, com a presença de Leão Amzalak, Presidente do Comité Israelita de Lisboa, e de toda a comunidade judaica da época. A inauguração oficial foi a 18 de maio de 1904 (5 de Sivan de 5564, no calendário hebraico) e contou com a presença de toda a comunidade israelita de Lisboa e do Rabino de Gibraltar, Moisés Benazim.
Em 1948, realizaram-se obras de recuperação no edifício, com uma grande ampliação dirigida pelo arquiteto Carlos Ramos e com o apoio financeiro de Joaquim Bensaúde.
No âmbito do centenário da inauguração da Sinagoga de Lisboa, foram feitas várias reformas no edifício e profundas obras de restauro e ampliação entre 2002 e 2004: o muro que escondia da rua a Sinagoga foi derrubado e a cor interior e a iluminação foram alteradas. Esta empreitada foi dirigida pelos arquitetos João Seabra e Ricardo Gordon e contou com o apoio do Estado Português através da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, da Câmara Municipal de Lisboa e de muitas outras individualidades ligadas à comunidade judaica lisboeta.